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Falácia tu quoque

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Imagine uma empresa multinacional promovendo sua nova política ambiental em um evento público. Durante a apresentação, a representante da empresa declara:

Representante da empresa – “Estamos comprometidos com a sustentabilidade e já reduzimos significativamente nossas emissões de gases de efeito estufa. Nosso objetivo é continuar inovando para um futuro mais verde.”

Marcos, um ambientalista, imediatamente responde à declaração:

Marcos – “Isso é apenas fachada. Sua empresa continua entre as maiores poluidoras do planeta e, claramente, essa preocupação com o meio ambiente é apenas para melhorar a imagem e maximizar os lucros. Vocês não estão realmente comprometidos com a preservação do planeta.”

Ao ser confrontada, a representante da empresa responde com um contra-ataque:

Representante da empresa – “Você critica nossa empresa, mas você usa carro todos os dias para ir ao trabalho, e isso também polui o ambiente. Se você realmente estivesse comprometido com a causa ambiental, não usaria veículos poluentes.”

Neste diálogo, observamos que Marcos inicia um ataque ad hominem ao questionar a autenticidade da preocupação da empresa com o meio ambiente, sugerindo que ela só se preocupa com seus lucros e não com a preservação ambiental. Em resposta, a representante da empresa utiliza a falácia ad hominem tu quoque, apontando uma incoerência no comportamento de Marcos – o uso diário do carro, que também contribui para a poluição.

Portanto, a falácia tu quoque ocorre quando, ao receber um ataque ad hominem, a pessoa responde usando outro ad hominem, desviando a atenção para uma suposta hipocrisia ou incoerência do crítico, em vez de abordar a crítica diretamente. Em latim, tu quoque significa “você também”, ou seja, o argumento tenta desqualificar o interlocutor ao mostrar que ele também comete o mesmo erro que está apontando nos outros.

Referência

ARP, R.; BARBONE, S.; BRUCE, M. Bad arguments 100 of the most important fallacies in Western philosophy. Nova Jersey: Wiley Blackwell, 2019.

WALTON, D. Lógica Informal: manual de argumentação crítica. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012.